Escrever... Faz tudo parecer possível!!! Sinto-me capaz de mudar o mundo, e sobretudo capaz de expressar minhas opiniões e sentimentos
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Fernando Pessoa
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Porque??
A gravar cada palavra minha?
A me "jogar contra as paredes"?
Por que eu não confio em você?
Por que não consigo formar uma frase coerente em sua companhia?
Por que insisto em odiar suas ações??
Por que eu me importo com tudo isso?
sábado, 12 de março de 2011
Sentimentos diferentes, que se confrontam a todo tempo
... É isso que nos faz humanos???
Essa dúvida, esse medo, felicidade, tristeza??
Não era para quando alcançarmos as coisas, ficasse tudo bem, com um grande ponto final, e um feliz pra sempre??
Tantas perguntas sem respostas
O pior é que sinto como se estivesse fazendo "tempestade em copo d'água"
quinta-feira, 10 de março de 2011
Eu não perdoo meus erros
Ah por que não consigo evitar? As vezes depois de muito tempo, até anos, lembro de certas atitudes ou palavras minhas
E sinto vergonha, arrependimento
O pior que sei, que ninguém mais deve pensar nisso ou sequer lembrar que isso aconteceu
Sinto que podia ter feito diferente... Agido diferente
Sei que não adianta “chorar” depois do acontecido
MAS NÃO CONSIGO!!!
Arg
Como essa sensação é insuportável
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
1ºANO de faculdade
Certas coisas a gente não esquece...
Lembro como o dia estava quente
Como a grama estava verdinha, como o céu estava azul, como estava morrendo de calor com minha calça jeans colada ao corpo e meu cabelo incontrolável grudado a minha testa, além do enorme peso da minha bagagem... Que afinal, carregava a minha casa
Um ano... De tanta aprendizagem
Ir pra universidade lhe proporciona diferentes experiências... Boas e ruins, fáceis e dificílimas
Descobrir que você será tratada por BIXÃO... E ainda que todo “bicho” tem que morrer, assusta muito no começo, você fica com receio de pedir informações e ser mandado para o lugar errado, medo de ser enganado e zoado.
Eu posso com a maior sinceridade do mundo dizer que curti muito esse tempo...
Onde pude fazer milhões de perguntas pra todo mundo, com a cara mais inocente e desinformada que podia... Que, aliás, era verdadeira porque não conhecia nada mesmo... Só exagerava nessa cara para que ninguém tivesse coragem de me enganar... GRANDE ESTRATÉGIA, funcionou completamente
Mesmo assim, consegui confundir prédios, portas, salas, ônibus
Pedindo informações conheci muitas pessoas, as pessoas parecem estar dispostas a ajudar, pelo menos, as que eu encontrei (Graças a Deus)
E sabe como pessoas do interior são, não precisam de muita coisa pra puxar conversa... Pra algumas pessoas você acaba contando toda sua vida pra outras a sua intuição te deixa em alerta, você conhece muitas pessoas diferentes, de várias partes do Brasil, acaba morando com meninas Super legais, e você fica feliz, por ter tido tanta sorte
Os primeiros dias as saudades de casa, são ofuscadas pela curiosidade de saber como tudo funciona, conhecer as pessoas, o curso, você se torna 100% empolgação, quer fazer tudo o que lhe propuserem...
Apesar de não beber e não curtir festas, acaba achando pessoas que fazem encontros lights, fica em rodinhas de violão, inventa músicas, assiste filmes, discute teorias malucas, joga sinuca, assiste a jogos de futebol, e muitas outras coisas que ficarão na sua memória pra sempre
Vai pela primeira vez a um show de rock, vê pela primeira vez um “bate cabeça” e dorme pela primeira vez fora de casa, conversa com um bêbado, vê seus amigos bêbados, sente que ali não é seu lugar
Nos finais de semana, sente muita falta de casa, da macarronada e do churrasco de domingo, pega a bicicleta e sai louca por ai, morrendo de vontade de se cansar, dá voltas ao redor dos lagos, e acaba sentada na grama contemplando a paisagem rural e escutando músicas melancólicas, ou as vezes, acaba indo conhecer algum lugar com algum amigo
Depois de um tempo, apesar de sentir que estava destinada a estar ali, a “ficha” começa a cair... Você se sente adaptada, a nova casa, a “nova” comida, as novas regras e a tudo que você tem de diferente... Mas ainda assim, a saudades de casa começa a doer... pequenas coisas te lembram seus familiares, sua casa, sua cidade e sua antiga vida, ai você procura preencher seu tempo com qualquer coisa que apareça, aulas de violão, de forró, de pintura, sessões de Heiki, vídeos-debate, aparece em encontros religiosos, encontros regionais, diretórios acadêmicos...É um período engraçado
Além de ser o período das dúvidas, onde surgem questionamentos sobre estar fazendo o curso certo, estar no lugar certo... Em alguns dias, você fica calada, reflexiva, fica pensando nos “SE” da vida, acaba pedindo conselhos, e descobre que todo mundo passa por isso, e você não está só
Se concentra nos estudos e acaba deixando as amizades de lado, tem uma disciplina que é sua pedra no sapato, fica desesperada ao pensar em não passar, estuda na madrugada, chama amigos pra te ajudar, briga com eles, se desculpa, estuda, passa, mas ainda sente que não aprendeu nada, tem professores malucos com manias estranhas, vive várias histórias cômicas que parecem acontecer apenas com você, compartilha cenas inesquecíveis com amigos, ri de piadas idiotas
Aprende coisas, descobre muitas outras, as vezes ama e as vezes odeia estar passando por essa experiência... Mas no final sempre acredita que vale a pena
Dorme todo dia agradecendo a Deus...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Acho que sou uma FRAUDE
Como se no mundo houvesse milhares de pessoas que merecem mais que você?
Como se no fundo... não fosse o que aparenta ser?
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Críticas versus Elogios
Criticas não são belas frases de se ouvir... Eu confesso não me dar muito bem com elas
Parece que elas não tiram férias, nunca ficam fora de moda... Se você fizer algo será criticado... Se não fizer também
Como é mais fácil levar um elogio!!
O doce elogio, que faz você vibrar consigo mesma e ficar rindo por horas
Eu sou ainda mais desconfiada, nunca acredito em um elogio, mesmo que goste de ouvi-lo, fico me perguntando se ele é verdadeiro ou foi “dado” por conveniência
É, eu penso esse tipo de coisa sim
Depois que um amigo leu um livro de auto-ajuda, que o dizia para distribuir elogios todos os dias, fiquei desconfiada, isso é conselho que se siga?
Como obrigação diária incluía-se: Diga 5 elogios a seus amigos, patético
O pior que tinha descoberto isso em um dia que tinha cortado o cabelo e meu amigo dizia o quanto estava bonita ¬¬
Eu mesma nunca saio por aí distribuindo elogios por onde passo, meu elogio é bem raro e já fui muito criticada por isso (KK...olha as criticas)
Agora como você recebe uma critica? Uma dura e categórica crítica?
Ela é totalmente construtiva ou ao contrário é destrutiva?
Faz você querer ser melhor? Consertar seus supostos erros?
Ou tem reações negativas... Como agressividade e até depressão?
Um dia, outro amigo, foi bem franco comigo e me disse o que pensava sobre mim, sério, eu fiquei desorientada...
Adivinha do que me chamaram: Autoritária
Putz...Fiquei remoendo muito isso
Assim entra outra questão “Você aceita o que as pessoas dizem sobre você ou apenas ignora?”
Eu mesmo não consigo esquecer nem ignorar
Mesmo que a pessoa tenha jeito em falar, nós nunca aceitamos imediatamente, sempre a deixamos um pouco de lado, sempre refletimos depois
Você parece sempre disposto a aceitar um elogio falso do que uma critica verdadeira.. Não é mesmo?
Mas penso que a crítica as vezes tem um papel muito maior na nossa vida do que os elogios... Apesar de não termos o mesmo prazer ao ouvir cada uma...
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Tédio que nem a internet salva
Sem concentração e essas coisas
Tudo parece não querer andar
Presa em 2 meses como se fossem 20 anos
A internet já me cansou, enjoei de procurar noticias
Tenho ficado atualizando toda hora, talvez seja a procura de alguma tragédia para comentar
Ligo e desligo a T.V
Pesquiso qualquer coisa no Google ou You tube
Abro contas em novos sites de relacionamento
Procuro jogos on-line
Volto a ver as noticias... nada de novo
Apenas coisas de BBB...
Procuro livros pra ler... Até acho algumas indicações legais, mas acabo lendo pela milésima vez o meu livro preferido...
Entro no MSN e quem me interessa não está por lá
Volto às malditas noticias....nada novo
Paro um tempo, vou dar uma olhada na rua
A mesma coisa...
Procuro programas, filmes, vídeos
Algo que me faça rir...Não dá certo
Ainda estou um porre...
Esperando só o dia acabar...
Tinha planejado para tudo ser perfeito
Mas meus planos sempre (sempre mesmo) dão errado
Dormir talvez fosse a solução... se eu não estivesse cansada de sonhar
Cansada de Best Sellers, Orkut, vampiros e restart…
Sem saco pra toda essa merda ...
Esperando algo que salve meu dia
Noticias! Elas ainda não mudaram
O pior é que a droga da minha internet caiu...
Não tenho como atualizar as noticias...
Acho que sei do que preciso agora
Que o tempo passe mais rápido
Disso que eu preciso...282 páginas e o cd do Oasis
Quando eu voltar algo vai ter mudado
Ah fofoca
Por que todo mundo fica sabendo de tudo aqui nessa cidade???
ARG!!!
Não se pode dar um passo sem que todo mundo saiba
O pior é que não estava fazendo nada de errado... Isso me frustra
Se cada um cuidasse da sua vida, eu não teria que dar explicações para uma simples ida a sorveteria com um amigo...
É!!! não vou a baladas, nem passo noites fora... Mas quando saio genuinamente com um amigo sou obrigada a ouvir tons de desconfiança...
O que eu fiz me digam?
Eu rio internamente com essa desconfiança...
Nem se eu quisesse... queria respondê-los!!!
É isso que me impediu de dizer-lhe tudo que estava sentindo
AH Moral...essa que meus pais me ensinaram
Que fazem do amor juvenil algo errado e sujo... Passível de punição
Valeu MORAL!!! Valeu Razão...ganhou de novo
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
O dia em que sai de casa
Foi difícil sabe?
Sempre fui a filhinha do papai e da mamãe, a que sempre obedeceu todas as ordens e sugestões, a que sempre valorizou tudo o que foi dado
Lembro de quando vi meu nome na lista dos aprovados para o vestibular...
Lembro daquele momento... Onde milhões de pensamentos me rondaram
Ir ou Ficar? Desistir ou Lutar? Enfrentar??
Estava tão feliz e triste ao mesmo tempo que nem sabia que isso era possível...
Já naquela hora, sabia que eu não iria desistir...
Eu ia lutar...
Eu sairia de casa...Eu enfrentaria tudo...
Comunicar aquilo aos meus pais, foi uma das cenas que mais marcaram minha vida
As incertezas e as dúvidas escondidas, o temor por não ser apoiada, medo das reações..
Naquela hora eu só transmitia segurança e determinação...mas por dentro estava tão frágil
Não teve Parabéns, risos, abraços alegres, ou nenhuma comemoração
só silêncio....
Foi mais difícil ainda quando meu pai, me proibiu de ir
A conversa mais muda que tive... Chorava sem conseguir expressar minha opinião...
sem conseguir falar uma só palavra pra defender meu sonho...
Até agora não sei como consegui convencê-lo
Talvez tenha sido minhas lágrimas desesperadas ou qualquer outra coisa
Mas o FATO era que eu havia conseguido
Ia para outro estado, sozinha, sem conhecer ninguém e nada
Iafazer FACULDADE, meu grande sonho
A noite em que eu fui, foi uma das mais tristes que já passei
meu pai, me chamou pra conversar
ele estava na sua cadeira de balanço, no quintal, no escuro
o dia já tinha sido triste, silencioso, cinzento
quando sentei no seu colo, e vi suas lágrimas, a primeira vez que o via chorando
meu peito se retorcia, gritava, vibrava
Aquele abraço foi o que mais teve significado...
Um abraço de perda, cheio de medo
Quando cheguei a rodoviária, e ainda quando sentei na poltrona do ônibus sabia que não teria volta...
A ficha tinha acabado de cair...
E me senti tão só como nunca
Lágrimas silenciosas rolavam pela minha face
... O pior de tudo, é que ao ligar o rádio...
Tocava Roberto Carlos, esse que sempre foi o responsável pela trilha sonora da minha vida, de novo presente
Ao som de "O portão" que fala exatamente o contrário do que estava acontecendo comigo, voltar pra casa, de estar tudo igual ao que era antes, voltar para o meu lugar... e etc
Percebi uma mensagem...Eu voltaria pra casa um dia, com meus sonhos realizados
Eu ficaria bem!!!
Chorava, mas dessa vez, ria também
O ônibus, escuro e silencioso, balançando, ao som de Roberto Carlos
o corredor vazio, reflexos das luzes dos postes, a lua as estrelas, minhas malas, minha lágrimas e o meu coração
Isso que lembro, do dia em que sai de casa
domingo, 6 de fevereiro de 2011
DOMINGO POÉTICO
lembro de ter dias que a lia várias e várias vezes
imaginando Fernando Pessoa escrevendo, sentindo as mesmas coisas que ele...
Poesias de Álvaro de Campos - FERNANDO PESSOA
TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim…
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno – não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Inteligência...O que influencia?
Andei refletindo sobre isso
Quando dizem que a inteligência é genética...Significa que pais com "baixa intelectualidade" terão filhos com "baixa intelectualidade" e assim por diante?E que esse ciclo se repetirá sempre e sempre? E as pessoas com pais intelectuais concerteza também estão destinadas a serem intelectuais?
Não acredito nem um pouco nisso
Acho que inteligência é CONSTRUÍDA, por isso o lugar onde a pessoa cresce, sua origem, é o que mais influencia (embora esteja sujeita a outras ações)
Todos nascemos com a mesma capacidade (exclua super gênios) mas nem todos desenvolvemos...
Talvez seja pelo meio em que a pessoa viva... que não incentive e tal...
Mas essa pessoa é inteligente... Talvez seja aplicada em outras coisas
A pessoa que nasce num ambiente pobre... tem como se dedicar aos estudos por exemplo?
A pessoa que nasce numa familia rica, com pai advogado, mãe arquiteta, irmão médico, não aprende coisas na convivência??? Não vai estar sempre em contato com "papos intelectuais"...?
Porque o é inteligência?
Saber resolver uma equação? Entender teorias complexas? Ler e entender clássicos??? e blá blá blá?
Não é inteligente o menino de rua que sobrevive vendendo coisas??
Que mexe com dinheiro? O comerciante que convence as pessoas a comprar seus produtos??
Acho que existe vários tipos de inteligência...
... E o lugar que a pessoa cresce determina, e muito isso
Mas vai da vontade de cada um também....
E acho q isso pode ser genético....essa pré-disposição a querer as coisas...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Quando você sente que falta algo
Ando sofrendo da síndrome do FALTA ALGUMA COISA
Sabe quando você tem tudo do que precisa mas mesmo assim tem a sensação que falta algo fundamental?
Quando nada está completo???
Essa sensação de que esqueceu ou perdeu algo e nem ao menos saber o que é
.....é horrível
Eu aqui sentada...tentando lembrar o que esqueci
Faz tempo que perdi
Mas foi agora que me dei conta
Será que eu deixei lá na casa dos meus pais? Ou será que foi na escola?
Ah...não
Agora me ocorreu uma dúvida...
Será mesmo que alguma vez eu o possui?
Talvez tenha sido uma simples ilusão quando o sentia aqui comigo
Nem lembro quando isso aconteceu... Isso até me deix...
Peraí...
Será que existe de verdade?//
Nossa!!! Não tinha pensado nisso
Talvez não exista
Mas continuo sentindo esse vazio aqui dentro
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Sou careta?? Sério????
Só por que não bebo, não fumo, não me drogo, não danço, não invento mentirinhas para gostarem de mim, não tenho paciência para fazer social...
Isso faz de mim careta??
Acabei de completar 19 anos...
Não me acabo nas festas, não chego em casa bêbada, não durmo fora de casa, lembro de tudo que eu faço, não atribuo minhas atitudes a excesso de álcool no sangue
Não uso franja da moda, nem roupas descoladas, não tento adotar o estilo cool, não ligo para revistas de fofoca, piercings na língua, no umbigo, na bochecha (e seja lá onde for)
Meu cabelo não é roxo, azul ou laranja ... não falo palavrões
Isso é não saber aproveitar a vida?
Me privar de todas essas besteiras??/
E não querer chamar atenção???
Estou falando disso... porque meu irmão cismou em me chamar de careta
AHHHHH
GRANDE COISA
Ele tem 15 anos, e tem sido difícil a convivência
Meu irmão ao contrário de mim
...Já bebe, fuma, não duvido que se drogue, adora funk, sair, passar a noite fora, escuta músicas no último volume
Ser Rebelde...
Não lembro dessa fase... na minha vida
Tem sido muito conturbado, ninguém aqui em casa sabe o que fazer...
Parece que não teve nem um adolescente aqui
Sempre uma jovem idosa....
Que sempre adorou ler, assistir T.V, ler jornais, viajar, ouvir músicas (que ninguém conhece ou gosta), assistir seriados nerds, jogar baralho, dominó, xadrez...
Ou fazer aqueles programas de domingo a tarde, cinema, zoológico, museus
Tão complicado, irmãos tão diferentes
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Esse poema/reflexão/coisa alguma
Fiz num dia que estava me sentindo meio mal, por estar num ambiente tão diferente de mim, um ambiente que te oferece tudo de bom e tudo de ruim ao mesmo tempo, a universidade
Como tudo pode mudar tão rápido?
Ser um SER SOCIAL
Pra quê?
Ir a festas que não quero
Falar com quem não gosto
Dar risadas do ridículo
Ridículo pra quem?
Convenções Sociais... Estupidez
Parecer algo que não posso ser por muito tempo
Afinal, não dá pra fingir sempre
Colocar uma máscara que te faz participar de uma brincadeira que você não quer brincar
Uma brincadeira perversa...
Prefiro ficar “sozinha”...
Sem regras sociais
Taxada de chata... (e não somos todos quando não temos que fingir?)
Tentar explicar suas ações genuínas
Por que todo mundo acha que você é igual
Que você tem toda essa maldade...
Quando você só está pensando em respirar um pouco...
“Ar puro”
Sem essa “poluição” que é altamente venenosa
Mentes que se acham brilhantes
Que não se submetem ao simples....
É isso que quero me tornar??
Parte de um show?
domingo, 23 de janeiro de 2011
Ah os Aniversários...
Como diria Millôr Fernandes
"Aniversário é uma festa
Pra te lembrar
Do que resta."
... Eu não sou uma pessoa que se dá bem com aniversários...
...Eu podia fazer plano perfeito
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Meu problema? Nosso problema
Com crises existenciais e todas essas coisas
Acho que recebi a resposta mais sensata...que já tinha escutado:
"Sabe qual é o seu problema? Não ter problema nenhum!"
Que sensatez!!!
Não tenho problema algum
Não tenho o que combater...Dá pra entender?
Tudo o que quero, consigo sem mais dificuldades (foi isso q ele disse)
Sem uma LUTA grande... Os obstáculos parecem pequenos
E eles não permanecem por muito tempo...sabe???
Não é algo que ocupe meu tempo ...
Certa vez, assisti PROVOCAÇõES (programa da TV Cultura)e o apresentador ABU ficou indignado por que um adolescente estava pedindo por uma Guerra ...
Na hora entendi bem o que ele (o adolescente) queria dizer...
Ele pedia por Algo pelo que LUTAR
algo que traga perspectivas... Algo que traga motivação
é IDIOTICE pedir isso???
Uma Guerra???
Já tinha escutado sobre...Qual seria a LUTA da nossa geração?
Pelo que lutamos?Qual é o nosso papel nessa sociedade??? Como podemos mudar essa realidade?
Toda essa nossa capacidade de luta...Está tão emersa sob um consumismo exarcerbado
Estamos tão preocupados com o EU...O que eu tenho? O que posso ter? Isso só desperta sentimentos ruins, egoísmo, materialismo, soberba e etc
Preocupados com coisas efemeras...Com programações da TV, Big Brothers da vida, Jogos, Internet, sites de relacionamentos
Tudo direcionado para coisas que não valem a pena
Enquanto isso, ficamos facilmente submissos, não questionamos, não refletimos, não lutamos
...O único que questionamos é o sentido da vida...
E é por isso que não o vemos
Estamos cobertos com produtos e marcas...
Quando vemos algo pelo que lutar não reconhecemos...Estamos muito longe...
Estamos ocupados
Não reconhecemos o sistema como inimigo...
Achamos que não tem nada haver
Mesmo quando reconhecemos... Deixamos pra lá
...AH
Sabe quando dedicação e esforço não levam a lugar nenhum?
Pois é....Aconteceu comigo
Quando parece que você dá o máximo de você, do seu tempo, do seu amor
E no final...Não é recompensada?
Quando você sonha com algo...que se torna tão real...E você acha que conseguiu???
Ahh
Só consigo lamentar e lamentar
(Tô tão triste...que perdi até a motivação)
Quero tanto transformar isso em Indignação e força
Mas...parece que meu ânimo não consegue...
Não consegue se recuperar
.... Ele só se culpa...
Vou Tentar usar a Filosofia da minha mãe...
"Se não foi...Era porque não era pra ser!!"
Mas...isso parece que cai em um determinismo ridiculo...
E isso me deixa Furiosa...
Pensar que as coisas estão todas determinadas e tal...
Qualquer coisa que aconteça... Já estava escrito é?????
Nada que a gente faça pode mudar as coisas???
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
SOBRE o PRIMEIRO POST
Mas... Posso deduzir QUAL ERA O MEU GRANDE MEDO naquele instante
2 Anos atrás... O grande fantasma do FUTURO me assolava, e não posso dizer que ele ainda não o faz, por que qual Ser Humano no mundo inteiro não se preocupa e tem milhões de anseios sobre o AMANHÂ??
Me diz?? Qual pessoa tem certeza absoluta do que vai acontecer amanhã?
Que não vai se atrasar para acordar, que vai pegar o ônibus na hora certa, vai chegar no trabalho ou na escola nas horas programadas, vai comer pizza por que é domingo...
Essas coisas tão simples já não são possíveis de prever...imagina quando se trata da escolha da profissão? De uma coisa que em tese, você irá fazer para o resto da sua vida?
Pois é...Confesso naquele instante, estar no meio de um turbilhão de perguntas...
Perguntas que todos temos que responder...
Era 2008, estava finalizando um ano que tinha sido muito difícil...
E iniciando um que sem dúvidas seria muito mais...
O último ano do Ensino Médio, o ano das ESCOLHAS
E como enfrentar um ano deste, quando sua cabeça e seu coração parecem estar vazios?
Quando você não cultivou nenhuma vontade séria de optar por algo? E percebe que um ano é insuficiente para fazê-lo?
Como lidar com esses sentimentos????
Como é possível não sentir medo??? desespero?? Pavor??
Não, não acredito que seja possível!!!
Tanta coisa... vestibular, concorrência, curso
Ainda mais quando você não tem idéia do que fazer...
Ou quando seus pais fazem pressão na sua escolha... "Quando você escuta que tem que escolher algo que te dê sucesso financeiro e blá blá blá"
Eu passei por isso, e todo mundo passa... Afinal, é uma fase da vida
Confesso que agora...Não parece tão assustador (kkkkkk Não é assim que funciona?? Quando estamos passando por uma situação ela parece o centro e o fim do mundo, e depois que passamos rimos?)
Mas...ela é ...é o ínicio de uma nova vida
E não precisa ser gênio para deduzir que ...Pode MUDAR completamente o seu rumo
Pensar que você poderia estar estudando medicina, mais está presa em administração, ou que poderia estar em jornalismo, mais está em contabilidade
E depois, insuportavelmente pode ficar se questionando se escolheu o certo...
Quer coisa pior do que pensar no SE??
"E se..." "E se..."
ARGG
Isso sempre me perseguiu...E ainda me persegue
Um conselho...que dou pra todo mundo...e parace ser muito clichê...é... Comece a se interessar cedo pela profissão que vai seguir...Pesquise, pergunte, investigue
Não deixe para o último ano!!! Se não...Toda a pressão fica acumulada...
E você fica muito mais tensa....